sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O tempo e suas mutações

Os sonhos estão nos compondo a cada dia, a cada minuto; as coisas se tornam irreais aos olhos de quem aprendeu a sonhar, o mundo parece já não existir, é tudo fantasia, e a imaginação dá partida a uma nova perspectiva de vida, os sonhos criam forma em nossa mente, e aos poucos nos trancamos em um mundo individualista a qual o nosso ego é o cenário de todo espetáculo que constitui nossa tão adorável, tão repugnante, imaginação.
É fácil sonhar, é fácil acreditar no que não vemos. Eu poderia me contradizer, mas o que digo é a pura verdade, acreditamos no que não vemos, pois aquilo que vemos está em constante mutação, nada é - tudo passa a ser mais um "ERA". E eu só não entendo como até hoje não consegui entender fatos tão inuteis como este. Se torna dificultoso crer em algo que se transfigura, e aquele ou aquilo que outrora em quaisquer outra situação nos era um exemplo ou até mesmo um espelho, se transforma em um ser estranho. E nada mais é, pois agora tudo era.
Hoje, eu mergulhei em qualquer paisagem que corria diante de meus olhos, aquele trem já não me traz tantos sentimentos que outra traziam, hoje eles são apenas meios de transportes, mas hoje ... por qualquer razão não muito importante, me vi ali em cada paisagem, me encontrei olhando fixamente pra uma paisagem que nada é ou parece, mas ali eu sonhava. Sonhava não tão alto para não voltar a tombar do alto dos meus próprios projetos, mas simplesmente sonhava.
Eu sonhei com aquela viagem que me traria paz e um encontro comigo mesma, sonhei com aqueles livros que sempre se mantiveram na prateleira mais alta de qualquer biblioteca, sonhei com outro destino, sonhei com outro trabalho - sonhei com outro suor; sonhei com um novo estilo de vida, sonhei comigo mesma, como a muito tempo não sonhava. Não, eu não sonhei com amores. Amores, paixões e desejos não se mantiveram presentes nos meus sonhos, na verdade, nunca estiveram.; desde muito pequena me imaginei, tão somente me imaginei; na minha imaginação só existe eu, mais ninguém. Certas coisas nunca mudam ...
Mas as pessoas mudam.
E por elas assim mudarem, eu já não acredito nelas, em nenhuma delas. Eu acreditei em você, mas voce se transfigurou na imagem mais vaga que já pude observar, você não é você, então como poderei eu acreditar em suas ideologias e projetos? Não, não mais acredito;pois como eu disse, eu não acredito no que vejo, e o que eu vejo é sua imagem tão vaga como qualquer pintura abstrata - porém, hoje você não esteve nos meus sonhos.
Triste, revoltante ou assustador?
Nada. Somente sincero.

Compartilhar meus sonhos já não está mais nos meus projetos, prefiro guardar tudo pra mim, e existem pessoas que realmente se incomodam com isso, pessoas que me forçam a falar o que não se pode traduzir em palavras.
Eu me dei esse tempo, e aos poucos momentos a quais vivi, nada mais passam que boas lembranças, continuá-los vivendo exigiria uma boa dose de esforço e dedicação, mas sera que todos se dedicariam com a mesma intensidade?
Penso que não.
E agora eu me tranquei nesse meu mundo ilusório, onde nada existe a não ser a certeza de que algo nisso tudo existirá num futuro incerto a qual não faço questão de antecipar.
Eu sonhei tanto, quase chorei, sem qualquer motivo especifico, mas eu quis chorar - meus olhos já estavam marejados em meio aquela paisagem turbulenta; quando me dei conta estava de volta a realidade, eu vi pessoas entrando e saindo de um trem qualquer, eu vi as portas se fechando, eu ouvi a voz de uma gravação qualquer, mas eu já não podia crer em nada daquilo, estava vendo tudo com tamanha incredulidade; eu cri nos meus sonhos ...

Sonhei que podia saltar de um avião sem pára-quedas e flutuar por sobre os ares.
Sonhei que o meu nascimento nunca aconteceu, imaginei a minha vida sem mim.
Sonhei com um homem mas quando abri os olhos era uma menina.

Depois de tantos sonhos, acordei e xinguei - 9:10, estava atrasada pro trabalho.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

uma estrela ainda brilha

As vezes, sem saber porque meu peito da um nó, minha mente cai em declinio total, meu coração começa a despedaçar, eu me torno tão oca quanto um galho de arvore seca que já foi arrancada de suas raizes a tempos.
Acordei, e sem saber ao certo porque, uma raiva me inundou - me manipulou. Eu senti ódio de tudo que me cerca, dessa vida em que me enfiei, das pessoas que conheci, dos amores que deixei, dos meus pensamentos que tanto já me confundiram, o ar me irritava. Pra quê respirar quando a asfixia se torna uma remédio para as dores passadas?
Não é questão de dor, não me relaciono mais com meus problemas - hoje, nada está a doer. Mas a minha mente pesa toneladas.
Eu cansei de escrever bonito, eu cansei de fazer pose nas fotos, eu cansei de estar com uma multidão e em meio a ela me sentir tão só. Eu sinto tanta falta, ah se tu soubesses a falta que sinto...
O pouco de palavras trocadas me trazem tantas certezas, tanta segurança, tanta intensidade... e isso só me causa um imenso sentimento de culpa por ter sido tão fraca e me deixado levar por coisas que eu mesma nem sei mais se são coisas ou acolás.
Você entende?
Não? Nem eu.
Vamos tentar me entender agora?
Não.
Seria perder muito tempo, não tentes me entender apenas me viva, me respire, me enxergue, me inale; seja parte de mim.
Eu sinto falta. Uma falta demoníaca, sim, eu disse demoníaca; pois tudo isso eu sei que me leva para um abismo escuro e frio. Tão dificil me manter em pé; que tal se fores meus pés por essa vez?
Seria pedir-lhe demais, então continue como está, continue a velar por mim, pois eu sei que voce vela, eu sei que voce me acompanha, sem nos ver, eu sei que você está ai em qualquer lugar a me ler, a me enxergar por aqui.
Acredite, estou desabafando pra você, você mesma, não pense em outra pessoa, pois é pra você todas essas palavras;
O que teria eu na cabeça pra escrever tais coisas? Confesso que já nem sei mais.

Obrigada por nunca ter esquecido de mim, obrigada por perguntar como estou. Obrigada por falar coisas engraçadas que ainda me fazem rir, obrigada por me fazer olhar a estrela D'alva todos os dias me lembrar de voce.
Inevitavel.
Será que voce é a unica que me enxerga quando meu mundo desmorona?
Se for, obrigada mais uma vez.

As vezes me sinto tão descartavel; eu só queria fazer parte de alguma coisa.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pra mim, Chega!