sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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Talvez agora seja o meu limite, limite de tudo.
Talvez agora chegou aquele momento em que eu decido continuar ou desistir; se eu confessasse que minha vontade é de fato desistir de tudo, e acabar com tudo isso, será que me considerariam convardes?
- Pensei em mil maneiras de me manter distante de mim mesma, refleti em mil planos de fuga que me fizesse ficar mais perto da inexistencia -
Os dias são todos iguais agora, são os mesmos caminhos, os mesmos sonhos, as mesmas palavras, as mesmas visões e sem querer eu me afundei em uma rotina viciosa, a qual me sufoca, e vai me matando aos poucos. Em minha frente há um espelho, e nele encontro meu reflexo morrendo aos poucos, já não é mais agonizante, diria até que tal imagem, já se inclui em minha rotina.
Algumas pessoas chegariam em mim pra dizer que de fato enlouqueci, caso desejasse uma carta de licença da vida, por um mês ... um ano,ou quem sabe a vida inteira.
Preciso de férias dessa minha vidinha pacata, onde nada acontece e é nesse mesmo nada que eu vou criando poções noltagicas pra me manter mais perto das lembranças, mas isso me faz tão mal. Eu sinto vontade de chorar, mas já não há o que escorrer sobre meu rosto, a não ser a maquiagem borrada depois de tanto forçar um bela cena dramática.

Imagine se eu deixar de existir?
Imagine, eu arrumando as malas e partir pra sempre ...
Imagine apenas, essa vida inteira, o meu mundo, essa realidade infame se caso eu não existisse ...
Me diga o que sentes quando pensas que eu poderia não ter nascido, que minha mãe aos 12 anos tivesse tomado a atitude mais sensata de sua vida, e tivesse me abortado ...
Me imagine como um feto agora, sendo torturado, furado ou raspado - sendo morto justamente.
Justamente, porque esse feto cresceu e quer largar uma vida de quase 18 anos fora, enquanto outros fetos por ai lutam desesperadamente pela vida, e imploram à suas mães um pouco de amor, um pouco de piedade.
Isso me entristece, mas eu já não quero mais. Eu cansei.
Estou definhando aos poucos, e não há ninguém que possa me ajudar; a não ser aquele que hábita nas alturas. Mas será que Deus ainda me ajudaria, caso eu pedisse?

Não entendo o que é mais dificil;
Sair de férias da vida, ou conseguir me entregar por completa à Deus.

Um comentário:

  1. muito muito bom *-*
    Adorei!
    sei bem como é isso ):
    muitas vezes também já pensei em desistir de tudo, e vi que eu sou tão fraca e covarde, que não consigo ter nem esse tipo de atitude :/

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