domingo, 18 de julho de 2010

O que eu vejo

Eu estou no meu mundo agora, e você onde está?
Eu estou tentando dormir, estou tentando sonhar mais uma vez, e você o que está a fazer nessas frias madrugadas? Será que as noites de tantas pessoas à fora são como as minhas?
São tantas perguntas.
Porém não sei se quero as respostas agora, eu gosto desse mistério, eu gosto de imaginar, eu gosto de pirar ...
Fecho os olhos e a loucura me invade ao extremo, estou coberta por um manto de insensatez, estou aqui sem saber o que escrever, só sei que quero escrever.
Poucos leêm isso aqui, mas pretigio meus leitores. Mas se analisarmos, somos todos tão iguais, tão pobres, tão miseráveis. Todos aqui choram as mesmas dores, todos aqui parecem definhar aos poucos - aqui sinto que niguém é feliz.
E me pergunto, por que não somos?
- Tudo tão inutil, tudo tão frágil, tudo tão reciclavel. E estamos aqui a nos lamentar pelas mesmas coisas, todos os dias ...
Estão todos a chorar, e isso tudo é tão cansativo, tão depressivo, tão morto - São só palavras, eu sei, mas palavras tão inuteis. Palavras que nada dizem.
São só palavras. Alguns fazem drama, outros fazem música, outros até mesmo sangram por aqui - mas é tudo digital, nada disso parece ser real. Nem sei porque ainda venho aqui.

Eu só venho porque as palavras sufocam implorando sair, mesmo que estas não estão dispostas a concluir muita coisa. As vezes minha mente transborda pensamentos reciclaveis, e preciso extrai-los de alguma forma, dai então corro para cá, esse mundo de vidros fechados ; onde todos estão a sangrar.
Todos parecem retardar os sentimentos, todos parecem robôs a entrar em pane pela mesma falha no sistema, está tudo programado, vocês podem enxergar o que eu vejo?
Estamos robotizados, estamos a chorar pelas mesmas coisas, são as mesmas dores, as mesmas fraquezas e ninguém está a nos aturar, ninguém está a se importar, dai então corremos para cá, onde achamos que por sermos iguais podemos nos aturar, mas aí que está o grande erro. Não queremos quem está aqui. Não queremos mais ler as mesmas coisas. Não queremos nos encarar.
Eu pelo menos quero um contraste disso tudo. Queria eu um branco no meu preto, ou um vermelho nas minhas cores frias.
Um quente no meu tão gelado mundo. Um perto desse todo meu distante.
Estou cansada das mesmas palavras que me fazem refletir. Eu queria ler um: "Eu estou feliz."
Mas aqui não existe felicidade, só a dor que se espalha por vidros fechados, por mundos digitais, por paredes tridimensionais, por mundos tão requisitados, tão bem visitados. Isso tudo é só tecnologia e ninguém consegue ver.
Isso tudo é só globalização, e a confundimos com um confessionário.
Mal sabendo, que o mundo está a ler as nossas miseráveis confissões.

Confessamos as mesmas coisas, vê?

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