quarta-feira, 7 de julho de 2010

A vida é um saco ...

Estou procurando um lugar pra descançar, estou procurando um lugar para abaixar a minha cabeça e lá ficar; fechar os olhos não significa abrir o portal dos sonhos, dormir já não é mais necessário para trazer os pesadelos à tona, então eu só procuro descançar. Dormir já não é mais tão necessário quando simplesmente arrastamos a vida como um saco pesado e sujo; sim, arrastamos a vida conosco, e às vezes parece tão pesada, tão dificil de se carregar que já não me espanta quando vejo alguém cansar de carregá-la e simplesmente deixá-la para trás. Eu sou daquelas pessoas que param várias vezes no caminho, daquelas que voltam pro labirinto escuro, daquelas que se trancam numa caverna e apoiam suas cabeças numa pedra qualquer na esperança de ter mais um sonho bom, enquanto a vida no saco do nosso ego, está quase esquecida ali naquela caverna escura e úmida - lá dentro não se pode ouvir os pássaros. Nessa caverna, eu nem sei quando é dia ou noite, ou se é tarde ou cedo...
Quando resolvo retomar meu árduo caminho, o saco já está fragil, pendendo para baixo, prestes a rasgar - e eu com meu cansaço, e eu com todo o meu descaso, não me importo em arrastá-lo nos pedregulhos dessa longa estrada, às vezes simplesmente esqueço, que se o saco rasgar, vou perder minha vida! Já era.
E é por isso que agora eu preciso descansar, tudo parece pesado demais, e da vida eu já não quero desistir. Doe-me seu ombro, me cubra com seus braços, aqueça-me com seu sorriso, só essa vez ... eu disse: só essa vez.
Não estou a procura de hoteis luxuosos, nem tampouco spás para se relaxar, eu procuro apenas um lugar calmo e tranquilo, onde haja estrelas - não muitas, tanto que a minha estrela D'alva esteja lá no alto. Onde haja vento, aquela brisa que faz a gente se arrepiar com o monólogo do uivar ventânio - Estou pedindo apenas uma voz que cante pra mim, cante serena e devagar, como quem canta em despedidas - velórios.
Eu peço um diálogo, um conversa franca e pura. Uma conversa que me faça sentir vontade de carregar a vida nos braços e abraçá-la, tê-la pra mim; e não arrastá-la como um entulho. Preciso ser eu mesma pra qualquer pessoa, preciso me mostrar, preciso dizer pra alguém a quanto tempo eu não sonho, preciso dizer a alguém o que realmente quero, preciso gritar pro mundo que já não me conheço mais.
Eu me perdi nessa longa estrada, me sinto tão vazia e confusa, tudo me leva a ser o que menos quis, tudo me leva ser o que tanto desprezei; porém a lembrança do que ja fui, me assusta.
Eu não quero voltar ser, nem tampouco quero ser ... queria aprender a arte desse virtuoso e simbólico: viver!

Nenhum comentário:

Postar um comentário